Notícias

Itália-Angola: Presidente Lourenço em Roma para alargar a cooperação para além do sector energético

Itália-Angola: Presidente Lourenço em Roma para alargar a cooperação para além do sector energético

  • 24 de maio de 2023
Uma parceria forte, a entre Roma e Luanda, também reiterada por Mattarella, que evocou a necessidade de uma cooperação reforçada com o país africano também por parte da União Europeia

Energia, fortalecendo os laços bilaterais e os investimentos, mas também a cooperação cultural e universitária. Estes são os principais temas que estão no centro das conversações do Presidente de Angola, João Lourenço, que iniciou hoje a sua visita de Estado de dois dias a Roma. Hoje foi um dia repleto de reuniões para o líder angolano, que falou primeiro com o Presidente da República, Sergio Mattarella, depois com o primeiro-ministro, Giorgia Meloni, depois com os presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente Ignazio La Russa e Lorenzo Fontana, e amanhã participará no Fórum Económico Itália-Angola, organizado pela Confindustria Assafrica & Mediterraneo em colaboração com a Agência Angolana de Promoção de Investimentos e Exportações (Aipex). Também falarão no Fórum, entre outros, o Ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional, Antonio Tajani, e o Ministro dos Negócios e Made in Italy, Adolfo Urso.

Uma parceria forte, a entre Roma e Luanda, também reiterada por Mattarella, que evocou a necessidade de uma cooperação reforçada com o país africano também por parte da União Europeia. Angola “é protagonista da paz e da estabilidade no continente africano”, afirmou o nosso presidente, sublinhando como a Itália partilha com Luanda o desejo de paz, uma vontade comum que confirma “a grande amizade e a grande colaboração” que já existem e que podem ser mais explorado, "especialmente no domínio económico". Mattarella falou num “amplo intercâmbio, que cresceu muito no último ano” para perfis energéticos mas que “queremos também expandir para outros setores, das renováveis ​​às infraestruturas, da madeira à agricultura”. Portanto, já não apenas a agricultura e a energia, mas a esperança partilhada de expandir as áreas de cooperação também a outros sectores económicos. O conteúdo do encontro entre Lourenço e Meloni foi semelhante, definido como “positivo” por fontes do governo italiano. No centro das conversações, escreve o Palazzo Chigi numa nota, está o maior fortalecimento das relações económico-comerciais, especialmente no domínio da energia, da agroindústria e da transição ecológica. A reunião também ofereceu a oportunidade de discutir as principais crises regionais, com especial atenção para o Sudão e a região dos Grandes Lagos. A importância de garantir a estabilidade e a prosperidade do continente africano foi também “amplamente partilhada”, com vista à construção de “uma parceria igualitária e mutuamente benéfica”.

Angola está interessada nos investimentos privados italianos e pretende reforçar a presença das suas empresas no mercado italiano, disse Lourenço, alinhando-se com o que foi recentemente declarado pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Tete Antonio, que antes de partir para Roma manifestou a vontade do executivo de diversificar a cooperação com a Itália. “Empresas como a italiana Eni fazem parte da memória colectiva, mas também queremos alargar a cooperação a muitos sectores aos quais a Itália tem capacidade de resposta”, disse o ministro ao “Jornal do Angola”. Com Mattarella, Lourenço citou assim “um grande potencial a ser explorado” também no sector cultural e universitário e não perdeu a oportunidade de manifestar o apoio de Luanda à candidatura de Roma como sede da Expo 2030. “Itália pode contar com Angola”. O chefe de Estado angolano reiterou também a sua condenação à invasão russa da Ucrânia e não esqueceu o conflito no Sudão, confirmando como Angola pretende ser um pilar de estabilidade no continente africano e um parceiro confiável para os seus investidores, como já demonstrado com a mediação regional promovida no conflito na vizinha República Democrática do Congo.

No fórum empresarial Itália-Angola de amanhã, no qual participarão empresários dos dois países para avaliar oportunidades de investimento, o governo angolano pretende apresentar aos italianos a imagem de um país empenhado em reformar a sua própria economia e em promover uma mudança de paradigma a nível internacional. cooperação, domínio em que a Itália tem sido um bom interlocutor de Luanda desde que, em 18 de Fevereiro de 1976, foi o primeiro país ocidental a reconhecer a sua independência. Por ocasião do Fórum, conforme antecipou o jornal "Jornal do Angola", são esperados acordos nos sectores das finanças, transportes, educação e entre academias diplomáticas, enquanto será reservado um momento para a Eni e a Sonangol reverem algumas questões jurídicas relacionadas. instrumentos para a sua cooperação. As duas empresas, por sua vez, assinaram hoje um memorando de entendimento para ampliar ainda mais as áreas de cooperação por meio de estudos na cadeia de valor do agronegócio e em outros setores de descarbonização, incluindo minerais para transição energética e inovação do ecossistema. O acordo foi assinado pelo CEO da Eni, Claudio Descalzi, e pelo presidente da Sonangol, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins, na presença do Presidente Lourenço e do Primeiro-Ministro Meloni. Nos termos do memorando, a Eni e a Sonangol irão identificar e avaliar conjuntamente oportunidades na transição energética, incluindo cadeias de abastecimento agroindustriais para a produção de combustíveis com menores emissões de carbono, a valorização da biomassa residual e do amoníaco verde para aplicações agroindustriais. . Além disso, as duas empresas avaliarão oportunidades no sector do agronegócio, com estudos para promover sinergias entre as cadeias de abastecimento agrícola nacionais e a bioenergia, com especial atenção às sementes melhoradas e biotecnologias, mecanização, fertilizantes e serviços logísticos.

 
 

Compartilhe este artigo